Muito recentemente, a propaganda
de televisão de uma grande marca mundial de automóveis tentava vender seu
produto ilustrando a mudança do papel social da mulher. Uma jovem com trajes de
executiva chegava em casa após um dia de trabalho e cumprimentava seu marido, o
qual estava ocupado preparando a refeição da família. Para surpresa desse
homem, que “comandava” a cozinha e cuidava de suas filhas, sua esposa o
presentearia com um carro novo. A partir dessa cena, rapidamente aqui descrita,
pode surgir a seguinte pergunta: esse comercial faria sentido décadas atrás?
Certamente que não. Contudo, essa resposta carece de uma explicação menos
simplista, e requer uma maior compreensão do que se chama de questões de gênero
e papéis sociais.
Mulheres e homens ao longo de boa parte da história da humanidade desempenhavam papéis sociais muito diferentes. Mas do que se trata o papel social? Segundo a Sociologia, trata-se das funções e atividades exercidas pelo indivíduo em sociedade, principalmente ao desempenhar suas relações sociais ao viver em grupo. A vida social pressupõe expectativas de comportamentos entre os indivíduos, e dos indivíduos consigo mesmos. Essas funções e esses padrões comportamentais variam conforme diversos fatores, como classe social, posição na divisão social do trabalho, grau de instrução, credo religioso e, principalmente, segundo o sexo. Dessa forma, as questões de gênero dizem respeito às relações sociais e aos papéis sociais desempenhados conforme o sexo do indivíduo, sendo o papel da mulher o mais estudado e discutido dentro dessa temática, haja vista a desigualdade sexual existente com prejuízo para a figura feminina.
Entretanto, com o desenvolvimento
de novas tecnologias para a produção requer cada vez menos o trabalho braçal, necessitando-se
cada vez mais de trabalho intelectual. Consequentemente, criam-se condições
cada vez mais favoráveis para a inserção do trabalho da mulher nos mais
diferentes ramos de atividade. Ao estudar cada vez mais, as mulheres se
preparam para assumir não apenas outras funções no mercado de trabalho, mas sim
para assumir aquelas de comando, liderança, cargos em que antes predominavam o
terno e a gravata. Essa guinada em seu papel social reflete não apenas nas
relações de trabalhos em si, mas fundamentalmente nas relações sociais com os
homens de maneira em geral. Isto significa que mudanças no papel da mulher
requerem mudanças no papel do homem, o qual passa por uma crise de identidade
ao ter de dividir um espaço no qual outrora reinava absoluto.
Mulheres com maior grau de
escolaridade diminuem as taxas de natalidade (têm menos filhos), casam-se com
idades mais avançadas, possuem maior expectativa de vida e podem assumir o
comando da família como no exemplo da propaganda de automóvel citada. Obviamente,
vale dizer que as aspirações femininas variam conforme seu nível de
esclarecimento, mas também conforme a cultura em que a mulher está inserida.
Pode-se afirmar que a mulher de
hoje tem uma maior autonomia, liberdade de expressão, bem como emancipou seu corpo,
suas ideias e posicionamentos outrora sufocados. Em outras palavras, a mulher
do século XXI deixou de ser coadjuvante para assumir um lugar diferente na
sociedade, com novas liberdades, possibilidades e responsabilidades, dando voz
ativa a seu senso crítico. Deixou-se de acreditar numa inferioridade natural da
mulher diante da figura masculina nos mais diferentes âmbitos da vida social,
inferioridade esta aceita e assumida muitas vezes mesmo por algumas mulheres.
Hoje vemos que as mulheres não
ficam apenas restritas ao lar, mas comandam escolas, universidades, empresas,
cidades e, até mesmo, países, a exemplo da presidenta Dilma Roussef, primeira
mulher a assumir o cargo mais importante da República.
Fonte: Paulo Silvino Ribeiro / Colaborador Brasil Escola
"Feliz Dia da
Mulher à todas as guerreiras e batalhadoras do nosso Brasil."
Equipe NTE São
Joaquim/2013
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